07 de agosto de 2025 – O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton Davidafirmou nesta quinta-feira (6) que a instituição interrompeue não apenas pausouo ciclo de alta da taxa Selic. Segundo ele, o plano de combate à inflação segue seu curso previsto, mas a conjuntura ainda exige análise cuidadosa e mais dados antes de novas decisões.
Interrupção para avaliar impactos econômicos
Durante evento promovido pela Porto Asset, David reforçou que o Comitê de Política Monetária (Copom) precisa de um intervalo mais longo para entender os impactos das decisões tomadas até agora. “Não foi uma pausa, foi uma interrupção”, disse o diretor.
De acordo com ele, a decisão de manter a Selic em 15% ao ano em julho reflete um cenário de incertezas, especialmente diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A expectativa do BC é manter os juros em patamar contracionista por um período mais longo.
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Cautela diante das incertezas
Nilton David destacou que mudanças intensas em curto prazo justificam a interrupção na trajetória de elevação dos juros. “Estamos tentando sentir e perceber as consequências de tudo o que foi feito até aqui”, explicou.
Segundo ele, ainda é necessário paciência para que o efeito do aperto monetário seja percebido, especialmente sobre a inflação. “Pode ser que eu esteja mais contracionista do que deveria, ou menos. Por isso, a interrupção é essencial”, reforçou.
Impactos setoriais e credibilidade do BC
O diretor explicou que alguns setores econômicos, como serviços, construção e os intensivos em mão de obrasentem os efeitos da política monetária com mais demora. Ele avaliou que, apesar das incertezas, o mercado já reconhece a capacidade do BC de conduzir uma política eficaz.
“Houve um esvaziamento do risco de descrença na nossa atuação. A melhora na inflação implícita e a expectativa de queda nos preços demonstram isso”, afirmou. Ele também se disse confiante na melhora das projeções do Boletim Focusdiante do compromisso do BC com o controle da inflação.
Efeito das tarifas dos EUA
Nilton David ressaltou que o tom de “Cuidado, cautela e cautela” se intensificou após o anúncio da tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros. Para ele, a definição dessa política tarifária ainda está distante e gera riscos prolongados para o Brasil.
Em caso de volatilidade provocada por essas medidas, a flutuação cambial continuará sendo a principal ferramenta de defesa do país, concluiu o diretor.
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Tags: Banco Central, Selic, inflação, Copom, juros, política monetária, tarifas EUA, economia brasileira, Nilton David, boletim Focus