No ar em “Dona de mim” como Pam, a funcionária exemplar da Boaz, Haonê Thinar faz sua estreia nas novelas. Foram 16 anos desde seu início no teatro até chegar à trama. Por ser uma pessoa com deficiência (ela amputou a perna direita quando tinha 9 anos), o acesso às oportunidades foram mais difíceis para a atriz, mas sua persistência fez com que ela não desanimasse. Longe das telas, a artista se dedica aos filhos, Felipe Gabriel, de 6 anos (de um relacionamento anterior), e Lavínia, de 8 meses, fruto de seu casamento com o grafiteiro Bizzar.
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— Deixei de morar com os meus pais no ano passado. Eu já estava namorando o meu marido, engravidei, e a gente foi morar junto. Recebi a proposta de fazer a novela, mas não queria ficar um ano sozinha no Rio, então vieram todos. A única dificuldade que eu tenho com os meus filhos, por conta da deficiência, é não carregar no colo. Como ando de muleta, as minhas duas mãos estão sempre ocupadas — conta a atriz, de 33 anos, que é cria de São Paulo.
Haonê morou no Teotônio Vilela, conjunto habitacional da Zona Leste de São Paulo. Ela se mudou aos 14 anos para o Jardim Peri, na Zona Norte, onde ainda mora. Apesar das dificuldades financeiras que a família enfrentou quando ela era adolescente, a relação da atriz com a mãe e os irmãos nunca se abalou.
— Meu pai sempre foi presente, mas teve muito problema com alcoolismo. Sempre tivemos um relacionamento difícil. Já com a minha mãe (Sandra) foi boa. Ela sempre esteve do meu lado. O Kauê trabalha comigo como meu agente e a Caya transicionou (de gênero) há pouco tempo. Dei muita força — pontua.
Atriz de ‘Dona de mim’ conta sobre tratamento de câncer aos 9 anos: ‘Eu que decidi pela amputação da perna’
Haonê Thinar
Márcio Farias
Com apenas 8 anos, ao ser diagnosticada com osteossarcoma, câncer nos ossos, ela viu sua vida se transformar rapidamente com a quimioterapia. Aos 9, amputou a perna direita.
— Eu que decidi pela amputação. Minha mãe sempre me explicou todos os passos do tratamento, aí falei: “Se for para eu melhorar e não acontecer algo pior, prefiro amputar”. Parece que o meu espírito já estava muito preparado para o que eu ia passar. Levei a doença de boa. Quando tinha que fazer quimioterapia, me fantasiava de bailarina, passava glitter na careca. Para mim, era uma eterna brincadeira — conta ela, que não chegou a ter crises emocionais por conta da deficiência: — Nos primeiros 20 minutos, chorei, mas passou rápido e lembrei que tinha sido uma escolha minha. Convivo muito bem com isso. Não tive depressão. Meu problema com a autoestima rolou na volta às aulas. Mas, depois, passei a ser vaidosa, sempre saí e me relacionei muito bem com as pessoas.
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