Atraído pelas redes sociais para lutar na Ucrânia, brasileiro de Minas Gerais morre e família pede ajuda de autoridades

Atraído pelas redes sociais para lutar na Ucrânia, brasileiro de Minas Gerais morre e família pede ajuda de autoridades

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Atraído pelas redes sociais para lutar na Ucrânia, brasileiro de Minas Gerais morre e família pede ajuda de autoridades A família de um jovem brasileiro denuncia um esquema de aliciamento para servir no exército da Ucrânia que ocorre abertamente nas redes sociais. Gabriel Pereira, mineiro de 21 anos, foi recrutado no início deste ano e morreu durante um confronto próximo à fronteira com a Rússia.

A morte de Gabriel ocorreu no início de julho, mas os parentes não sabem a data exata, pois só receberam a informação por meio de amigos e de listas publicadas por perfis russos que divulgam as baixas do exército inimigo nas redes sociais.

Desde então, a família tenta localizar o corpo para viabilizar o translado ao Brasil, mas enfrenta entraves burocráticos e alega negligência por parte dos governos ucraniano e brasileiro.

Os familiares relatam que não sabiam do interesse de Gabriel nesse tipo de “turismo”. Segundo eles, o jovem fez tudo em segredo, uma exigência dos recrutadores, que também orientam os aliciados a mentir sobre o destino.

Gabriel trabalhava como cobrador de ônibus em Belo Horizonte e, quando mais novo, cumpriu o serviço militar obrigatório no Exército Brasileiro, onde serviu por um ano.

Os perfis usados no recrutamento prometiam apoio para agilizar a emissão de passaporte, mas os próprios interessados precisam custear a viagem por cerca de R$ 3 mil.

Gabriel largou o emprego e viajou com dinheiro do próprio bolso. Em março de 2025, desembarcou em Varsóvia, na Polônia, e seguiu para Kiev, capital da Ucrânia, para cumprir protocolos burocráticos junto ao exército. De lá, foi enviado a missões de combate.

Segundo a denúncia da família, Gabriel serviu em diferentes regiões do país, sempre para áreas de combate direto com tropas russas.

No dia 17 de julho, um amigo próximo, que também havia servido, mas retornou ao Brasil antes da missão, entrou em contato com colegas que permaneceram na Ucrânia e confirmou a morte de Gabriel.

A família procurou apoio do Itamaraty e da Embaixada do Brasil na Ucrânia, mas foi informada de que é necessário o governo ucraniano confirmar oficialmente a morte para que providências sejam tomadas.

Segundo os familiares, Gabriel assinou um contrato que previa o traslado do corpo ao país de origem em até 45 dias após o falecimento. Como a morte ainda não foi reconhecida formalmente, o processo segue parado.

A família afirma que outros brasileiros e latino-americanos estão sendo recrutados de maneira semelhante: são enviados ao front sem treinamento e com promessas de apoio que não se concretizam. Também foi denunciado que muitos desses jovens têm seus passaportes retidos, o que dificulta a identificação em caso de morte e impede a repatriação dos corpos.

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