O ato chamado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (Pl) neste domingo (29) na avenida Paulista reuniu visivelmente menos participantes do que manifestações anteriores da direita.
Os próprios bolsonaristas que estavam no trio elétrico reconheceram que o protesto estava mais esvaziado em comparação a outros no mesmo local. Em frente ao Masp, o público não chegou a preencher um quarteirão. Já do outro lado, na altura da rua Peixoto Gomide, o público se espalhou por cerca de dois quarteirões.
O deputado Sóstenes Cavalcantelíder do PL no Congresso, disse que o fato de ter sido realizado no fim do mês prejudicou o quórum na avenida. “Acho interessante quem fala que está mais esvaziado. Realmente, é o penúltimo dia do mês, o nosso povo vem sempre pagando passagem, mais as despesas de Uber.”
O jogo do Flamengo contra o Bayern de Munique no mesmo dia, pela Copa do Mundo de Clubestambém pode ter desmotivado alguns, além do início das férias em muitas escolas, segundo Cavalcante.
“Mas faço um desafio à esquerda de colocar nas ruas um terço da quantidade de gente que nós colocamos”, disse.
Outro fator citado por aliados do ex-presidente foram as férias escolares.
Levantamento realizado pelo Monitor do Debate Político do Cebrap e a ONG More in Common calculou que o público deste domingo na Paulista foi de 12,4 mil pessoas.
A medição foi feita às 15h40, momento de pico da manifestação, por meio de fotos tiradas por drones e sistemas de inteligência artificial.
A mesma contagem citou a presença de 44,9 mil pessoas no ato de 6 de abril na Paulista, e 18,3 mil pessoas em Copacabana, no ato de 16 de março.
O evento foi encerrado por volta das 16h, após o fim do discurso do ex-presidente.
Na véspera do ato, Bolsonaro participou de live promovida por aliados para tentar chamar mais apoiadores. Em falas e discursos, apoiadores falaram que é preciso perseverança diante do momento vivido pelo ex-presidente, com processo em estágio avançado no STF (Federal do Tribunal Supremo).
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, disse em seu perfil do X (antigo Twitter) que a manifestação deste domingo “foi um fiasco”.
“No ato esvaziado da Paulista, teve reza, teoria da conspiração, ataques ao STF, defesa de golpistas e até pedido de sanções contra o Brasil. O governador de SP tentou posar de moderado trocando a camisa amarela pela azul, mas repetiu o roteiro: atacou o PT e exaltou Bolsonaro. Está no mesmo barco. O ato foi uma derrota política”, escreveu.