Uma nova operação de deportação de brasileiros pelos Estados Unidos está marcada para esta sexta e sábado, 1º e 2 de agosto, com um detalhe inédito: o voo que trará os deportados fará uma escala técnica em Lima, no Peru, antes de seguir para o Brasil. Segundo apurado pelo Brazilian Press, a aeronave envolvida será novamente um Boeing 767-300 da companhia norte-americana Omni Air International, contratada pelo governo dos EUA para transporte de repatriados.
O voo OAE-3541 tem previsão de decolagem de Lima às 20h de sexta-feira (horário de Brasília), com chegada prevista ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza (CE), às 00h45 do sábado, 2 de agosto. Após breve parada de apenas duas horas, a aeronave deverá decolar novamente às 2h45 rumo ao Aeroporto Internacional de Valley, em Harlingen, Texas — região próxima à fronteira com o México.
Esta será a 14ª operação do tipo a pousar em Fortaleza desde que os voos de retorno de brasileiros deportados foram redirecionados da cidade de Confins (MG) para a capital cearense. A mudança foi motivada pela estrutura do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM), instalado no aeroporto de Fortaleza, que permite um acolhimento mais ágil e digno aos deportados.
Nas duas últimas operações, realizadas nas sextas-feiras dos dias 18 e 25 de julho, o mesmo modelo de avião trouxe ao Ceará um total de 74 brasileiros — 26 na primeira data e 48 na segunda. A ação é coordenada pelo Governo Federal, com apoio direto da Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (Sedih), que atua na recepção, assistência médica, alimentação e orientação jurídica aos repatriados.
A inclusão da escala em Lima chama atenção de especialistas em políticas migratórias. Embora não tenha sido confirmado oficialmente, analistas acreditam que a rota pode estar relacionada à logística de transporte de deportados de outras nacionalidades ou a questões operacionais da Omni Air International, que realiza voos semanais de repatriação para diversos países da América Latina.
De acordo com o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS), os voos de deportação têm como objetivo principal repatriar cidadãos estrangeiros que violaram as leis de imigração americanas. Entre os deportados estão pessoas que entraram ilegalmente no país, que tiveram pedidos de visto negados, que cometeram crimes ou que foram classificadas como risco à segurança nacional. Apesar do caráter administrativo da operação, organizações de direitos humanos reforçam a importância do atendimento humanizado aos deportados, muitos dos quais retornam ao Brasil em situação de vulnerabilidade social e emocional. O PAAHM em Fortaleza tem sido apontado como um modelo de boas práticas nesse processo. A previsão é de que o número de voos de deportação mantenha o ritmo intenso nas próximas semanas, refletindo o aumento das operações de fiscalização migratória nos EUA.
