Em uma ação conjunta, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e a FAB (Força Aérea Brasileira) restauraram a segurança do Aeroporto Internacional do Recife, em Pernambuco. Uma interferência na frequência de 110,3 MHz havia tirado do ar o sistema de pouso por instrumentos (ILS), mas uma força-tarefa da Anatel Pernambuco e do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV/DECEA) da FAB solucionou o problema. Os fiscais da Anatel PE localizaram e desativaram as interferências, atuando diretamente na segurança aérea e na preservação de vidas.
O problema começou em 11/09, quando o ILS do Aeroporto dos Guararapes foi desativado por conta de uma interferência. Após o alerta do GEIV, a equipe da Anatel PE iniciou as investigações.
Na sexta-feira, 12/09, os fiscais da Anatel localizaram e desativaram a primeira fonte de interferência. Após um novo sobrevoo do GEIV, no domingo, uma segunda fonte foi identificada e teve sua potência reduzida até que o espectro ficasse “limpo”. Com o sinal desimpedido, o ILS foi religado no mesmo dia, garantindo novamente a segurança das aproximações de precisão. O sucesso da operação — representado por um gráfico “limpo” no analisador de espectro da Anatel — reforça a importância da colaboração entre órgãos públicos para proteger serviços vitais.
O Sistema de aterrissagem de instrumentos (ILS) é um sistema eletrônico que guia aeronaves em aproximações e pousos, especialmente em condições de baixa visibilidade. Ele opera com dois feixes de rádio: um para a orientação lateral (alinhamento com a pista) e outro para a orientação vertical (rampa de descida). Qualquer interferência, como a identificada na faixa de 110,3 MHz, pode distorcer esses feixes, elevar o risco de acidentes e obrigar o aeroporto a operar com restrições.
Mesmo em operações regulares e devidamente outorgadas, desajustes, intermodulação, produtos espúrios ou instalações em locais críticos podem “vazar” energia para faixas sensíveis. Daí a importância da fiscalização do espectro, da engenharia de mitigação e do diálogo técnico com os radiodifusores.
A operação no Recife demonstra como a fiscalização do espectro radioelétrico é vital não apenas para as telecomunicações, mas também para a segurança aérea e a preservação de vidas. “Esta operação mostra o melhor da Administração Pública: quando cada instituição faz o que sabe — o GEIV mostrando a situação do espectro no ar e a Anatel respondendo no solo — a sociedade ganha. Tenho orgulho do time da gerência regional e da parceria com a FAB: competência técnica, rapidez e espírito de colaboração que literalmente preservam vidas”, afirmou Alexandre Ataíde, gerente regional da Anatel PE.
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