O conselheiro diretor da Anatel Alexandre Freire participou, em 10 de julho, do Almoço sobre Inteligência Artificial (AI Luncheon), realizado em Genebra no contexto da iniciativa Inteligência Artificial para o Bem (AI for Good), principal plataforma das Nações Unidas voltada ao diálogo sobre o uso ético e sustentável da inteligência artificial. O encontro foi liderado pela secretária-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Doreen Bogdan-Martin, e teve como palestrante principal o presidente da Estônia, Alar Karis.
O evento reuniu ministros de Estado, representantes da UIT e das Nações Unidas, reguladores, acadêmicos, lideranças da indústria e da sociedade civil em torno de uma pauta estratégica: como construir confiança pública em uma tecnologia que avança mais rápido do que a capacidade das instituições de regulá-la? Como garantir que a inteligência artificial seja uma força de inclusão — e não de exclusão — no cenário global? Estamos protegendo empregos ou preparando pessoas para um novo mundo do trabalho?
Durante sua participação como debatedor em uma das mesas do evento, o conselheiro Alexandre Freire compartilhou reflexões sobre o papel da regulação e das instituições públicas na construção de uma inteligência artificial voltada ao bem comum.“A confiança pública depende da combinação entre transparência, responsabilidade institucional e participação diversa”, afirmou Freire. “Uma regulação bem desenhada não freia a inovação — ela a sustenta e legitima, assegurou.
O conselheiro também destacou a importância de se repensar o mundo do trabalho, não apenas com foco na preservação de empregos tradicionais, mas na preparação de pessoas para um novo cenário, marcado por transformações constantes e pela necessidade de competências socioemocionais e digitais.
“O maior desafio não é proteger empregos como estruturas fixas, mas preparar pessoas — com competências, propósito e resiliência — para transitar com dignidade no novo mercado de trabalho”, ressaltou.
Ao final, Freire sustentou que o verdadeiro valor da inteligência artificial será definido menos pelas suas capacidades técnicas e mais pelas decisões humanas em torno do seu uso:
“Volto com a convicção de que o verdadeiro valor da inteligência artificial será definido menos pelo que ela é capaz de fazer, e mais por como decidiremos, juntos, usá-la — com ética, visão pública e cooperação global”, finalizou.