A ‘trava’ que pode minar os planos de Bolsonaro de...

A ‘trava’ que pode minar os planos de Bolsonaro de…

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Faltando pouco mais de um ano para as eleições presidenciais de 2026, a composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em uma disputa em que, mesmo inelegível, Jair Bolsonaro tentará se colocar como candidato é mapeada com afinco por diferentes interlocutores dos tribunais superiores e do mundo jurídico com um importante ponto em comum.

Para eles, a presença do ministro Marques de Kassio Nunes na Presidência do TSE em plena corrida pelo Palácio do Planalto tende a funcionar como um fator a desmotivar que o capitão e seus apoiadores ataquem o TSE com a mesma virulência da época em que a Corte era comandada pelo conhecido desafeto Alexandre de Moraes.

Mesmo entre críticos de Nunes Marques, a avaliação é a de que fica muito mais difícil ao ex-presidente, embora errático por natureza, bater de frente com o TSE porque o magistrado que comandará as eleições foi escolhido por ele próprio para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Indicado ao STF por Bolsonaro em 2020, Nunes Marques tem boa relação também com diferentes setores do PT, se aproximou há meses de Lula e, no Supremo, é tido como afinado a Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente e também integrante do tribunal. Zanin, aliás, encampou recentemente a campanha vitoriosa do desembargador federal Carlos Brandão, amigo de décadas de Nunes Marques, para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No xadrez eleitoral de 2026, porém, à frente da vice-presidência do TSE estará o ministro André Mendonça, também indicado por Bolsonaro ao STF e considerado por seus próprios pares como muito mais alinhado às pautas conservadoras nas quais Bolsonaro surfa do que o próprio Kassio.

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Em sentido oposto às expectativas de que Nunes Marques blindaria o TSE contra acusações sem fundamento de fraude em urnas eletrônicas, por exemplo, Mendonça acendeu um fio de esperança entre apoiadores bolsonaristas ao afirmar nos últimos dias, durante o julgamento que discute a responsabilização de big techs sobre o conteúdo de postagens de seus usuários, que, pelo princípio básico de defesa da liberdade de expressão, as pessoas têm o “direito” de desconfiar da Justiça Eleitoral e de “duvidar das instituições”.

Nunes Marques assumirá a Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto de 2026 com a avaliação de que a disputa presidencial deve ser a mais importante da história do país. Declarado inelegível pelo TSE na época em que o tribunal era presidido por Alexandre de Moraes, Bolsonaro insiste em se manter como candidato viável à Presidência da República no próximo ano para, se não conseguir colocar de pé uma anistia que o revitalize politicamente, repetir o receituário de Lula quando condenado e preso na Lava-Jato e ungir um outro nome como cabeça de chapa às vésperas do início da votação.

Centralizador e desconfiado de aliados mais próximos, se não chegar lá, o ex-presidente pode emplacar o nome de um dos filhos ou mesmo o da ex-primeira-dama Michelle entre suas opções para o Palácio do Planalto.

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