Como a Ucrânia se defende contra a agressão russa no campo de batalha, também está lutando para proteger os valores democráticos que o distinguem de seu inimigo.
Nas últimas semanas, a decisão do governo de reduzir a independência das principais instituições anticorrupção-ou mesmo a percepção de tal intenção-desencadeou um alarme em casa e no exterior.
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Agora, após uma forte reação da sociedade civil ucraniana e apelos urgentes dos parceiros ocidentais, o presidente Volodymyr Zelensky prometeu restaurar a independência da arquitetura anticorrupção da Ucrânia. É a decisão certa – não apenas politicamente, mas estrategicamente.
Mas o episódio também é um lembrete preocupante: mesmo em tempos de guerra, a Ucrânia não pode se dar ao luxo de vacilar em seu compromisso com a transparência, a responsabilidade e o estado de direito.
Isso nunca foi apenas uma remodelação burocrática. Era uma questão de segurança nacional.
Minar instituições como Nabu, Sapo ou NACP não apenas enfraquecem a supervisão – corre o risco de desviar recursos críticos da frente. A corrupção em tempos de guerra não é teórica: toda hryvnia mal utilizada significa um drone a menos, um colete a menos à prova de balas, mais um atraso na reconstrução de casas e vidas bombardeadas. Os órgãos anticorrupção não são luxos na guerra. São linhas de vida.
A reação internacional deixou claro: a reforma não é opcional.
Os aliados da Ucrânia na UE, G7 e FMI mostraram generosidade sem precedentes – mas não lealdade cega. Seu apoio sempre foi associado à resiliência democrática e ao progresso institucional. Com uma longa guerra pela frente, Kyiv não pode se dar ao luxo de comprometer essas linhas de vida. O financiamento atrasado ou os acordos de descarrilamento do FMI custariam mais da Ucrânia do que apenas dinheiro – eles custariam confiança.
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Senador dos EUA: a credibilidade de Zelensky depende de compromissos anticorrupção
O senador dos EUA, Richard Blumenthal, co-patrocinador da Lei da Rússia sancionada, alertou Zelensky que o apoio global depende de restaurar as reformas anticorrupção da Ucrânia depois que os protestos em massa abalaram Kiev.
A reação pública foi rápida – e justificada.
Os ucranianos sacrificaram muito para aceitar até a sugestão de retornar ao passado. A memória do Maidan, a coragem dos denunciantes e o trabalho diário dos reformadores cívicos são testemunhos de um público que exige responsabilidade – mesmo em guerra. Os protestos e petições não foram uma distração do esforço de guerra – eles eram uma parte essencial disso.
E como sempre, o único que aplaudia a reversão institucional foi Vladimir Putin.
Qualquer sinal de retiro democrata em Kyiv é imediatamente armado pelo Kremlin. Ele confirma a propaganda de Moscou de que a Ucrânia não é diferente – que a democracia é uma máscara. Quando a Ucrânia tropeça, fortalece a determinação de Putin, não sua vontade de negociar.
O presidente Zelensky agora tem uma segunda chance – e ele deve aproveitar.
Sua decisão de restaurar a independência institucional é uma vitória para a democracia da Ucrânia. Mas deve ir mais longe. Se forem necessárias reformas, sejam específicas, transparentes e inclusivas. A solução para alguns pontos fracos no sistema não é desmontar toda a estrutura, mas fortalecer o que funciona e corrigir o que não funciona.
Este momento deve ser um ponto de virada – não apenas uma pausa em retirada.
A Ucrânia não pode pagar um retorno à reforma performativa ou aos bastidores. A luta anticorrupção não é apenas uma caixa de seleção para ajuda internacional-é uma pedra angular do país a Ucrânia está lutando para se tornar.
Isso não se trata apenas de corrupção. É sobre dignidadeAssim, credibilidadee identidade. Trata -se de provar aos soldados na linha de frente, os cidadãos reconstruindo suas vidas e aliados em todo o mundo que a Ucrânia não vale apenas a pena defender – mas capaz de se tornar o que sempre aspirou ser: um estado europeu livre, justo e democrático.
A guerra contra a Rússia é uma luta pela soberania. A luta contra a corrupção é uma luta pela dignidade. A Ucrânia deve ganhar os dois.
Os pontos de vista expressos são os do autor e não necessariamente do post Kyiv.