O Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental (WHA, na sigla em inglês), foi o primeiro órgão do governo dos Estados Unidos a reagir oficialmente à decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaronesta segunda-feira, 4, pelo ministro Alexandre de Moraesdo Supremo Tribunal Federal.
“O ministro Alexandre de Moraes, já sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua usando as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”, diz o órgão, que é vinculado ao Departamento de Estado do governo Donald Trump, chefiado pelo secretário Marco Rubio. O trecho faz referência à punição adotada contra Moraes pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, que impõe uma espécie de asfixia financeira internacional àqueles atingidos pela medida.
O posicionamento do órgão americano, em forma de post em suas redes sociais oficiais, continua: “Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar! Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”, afirma o comunicado (veja abaixo).
A Justiça Moraes, agora um agressor de direitos humanos sancionado pelos EUA, continua a usar as instituições do Brasil para silenciar a oposição e ameaçar a democracia. Colocar ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço público. Deixe Bolsonaro falar!…
– Bureau of Western Hemisphere Affairs (@WhaasStSecty) 5 de agosto de 2025
Bolsonaro teve a prisão domiciliar decretada por Moraes por ter desrespeitado as medidas cautelares impostas pelo ministro no último dia 18 de julho. O descumprimento ocorreu no domingo, 3, quando o ex-presidente, por meio de um telefonema colocado em viva-voz pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), falou com manifestantes que tomavam parte da orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, em protesto contra a sua situação judicial. Episódio semelhante ocorreu em Minas Gerais, por meio do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).