Comentário favorável do republicano sobre Lula na ONU veio como uma surpresa, colocando o índice da B3 na nova máxima histórica, aos 147.178,47 pontos, e o dólar na mínima do dia, a R$ 5,27
A “excelente química” entre os presidentes Donald Trump (EUA) e Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), conforme descrita pelo próprio republicano, foi o fator preponderante para que o real tivesse a melhor performance entre as principais divisas emergentes nesta terça-feira (23), com o dólar à vista caindo 1,11%, a R$ 5,2791, menor nível de fechamento desde 6 de junho de 2024. Em tese, o tom mais diplomático abre margem para negociações tarifárias, com expectativa de que as autoridades marquem um encontro para a próxima semana.
A expectativa de uma reunião entre os presidentes tem respaldo inclusive do Palácio do Planalto, que informou, por meio de assessoria, que “Lula e Trunfo tiveram um encontro rápido e totalmente amistoso” na ONU e “houve sinalização de conversa entre os dois presidentes na semana que vem”. A alta de mais de 1% dos contratos futuros de petróleo, em recuperação após quatro sessões negativas, também deu amparo à divisa brasileira.
No pano de fundo, o mercado financeiro observou declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, com os juros dos Treasuries acentuando queda, e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) ainda sem sugerir corte de juros no curto prazo. O presidente do Fed afirmou no início da tarde que houve enfraquecimento significativo do emprego nos EUA e rejeitou interferência política no banco central americano.
Já o Copom reconheceu, em ata divulgada nesta manhã, que as medianas do relatório Focus para a inflação têm apresentado um “incipiente movimento de queda”. Outro destaque da agenda ficou para a arrecadação federal de agosto, que somou R$ 208,791 bilhões.

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Sem escalada de tom entre Brasil e Estados Unidos no púlpito da ONU – muito pelo contrário, como se veria -, o Ibovespa fechou pela primeira vez na casa dos 146 mil pontos, e renovou também o recorde intradia, superando marcas da última sexta-feira, nesta terça-feira na inédita casa de 147 mil durante a sessão.
Por volta das 12 horas, veio o ponto alto, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do púlpito da Assembleia Geral da ONU, dizendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece ser um homem “muito agradável” e que conversarão na semana que vem, após breve cumprimento entre ambos nos corredores das Nações Unidas – houve inclusive um abraço, segundo o presidente americano. “Tivemos excelente química”, acrescentou Trump.
O comentário veio como uma surpresa, inclusive diplomática, colocando o Ibovespa na nova máxima histórica, aos 147.178,47 pontos, e o dólar na mínima do dia, a R$ 5,2771, em renovações de marcas à tarde, impulsionadas a princípio, também, pelo relato atribuído à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, de que nova conversa entre Lula e Trump poderia ocorrer ainda nesta terça, à margem da ONU – o que não se confirmou, até o momento, e foi retificado para “a partir de agora”.
Assim, no fechamento, o índice da B3 mostrava ganho um pouco mais acomodado, de 0,91%, aos 146.424,94 pontos, com giro a R$ 20,5 bilhões nesta terça-feira. Na semana, em duas sessões, agrega agora 0,38% após a leve correção do dia anterior. No mês, avança 3,54% e, no ano, a alta chega nesta terça a 21,73%.
“Ele parece ser um homem muito agradável”, disse Trump sobre Lula, no discurso. “Gostei dele e ele gostou de mim. E apenas faço negócios com pessoas de quem eu gosto”, acrescentou o presidente americano. Trump chegou a mencionar que o encontro na ONU durou menos de um minuto e que, mesmo muito breve, notou “excelente química” com Lula, o que é um “bom sinal”, destacou.
O acerto ocorreu após o presidente brasileiro discursar na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O encontro foi confirmado pela Presidência da República. Segundo informações da assessoria do Palácio do Planalto, “Lula e Trump tiveram um encontro rápido e totalmente amistoso” e “houve sinalização de conversa entre os dois presidentes na semana que vem”.
O abraço, a “química” e a confirmação da conversa entre os presidentes manteve o Ibovespa com folga acima dos 146 mil pontos ao longo da tarde e o dólar abaixo de R$ 5,30, com o mercado celebrando a détente entre Estados Unidos e Brasil, descolando de vez o índice da B3 do sinal misto de Nova York na sessão – ao final, negativo tanto para Dow Jones (-0,19%) como também para S&P 500 (-0,55%) e Nasdaq (-0,95%) nesta terça-feira
Entre as blue chips, destaque para a recuperação nas ações de grandes bancos, em especial as do público Banco do Brasil (ON +2,88%). Petrobras ON avançou 2,64% e a PN, 1,69%. Na ponta ganhadora do índice, Pão de Açúcar (+4,12%), RD Saúde (+3,92%) e Localiza (+3,73%). No lado oposto, MBRF (o papel que passou, nesta sessão, a reunir Marfrig e BRF, -6,72%), Braskem (-2,38%) e Lojas Renner (-2,15%). Vale ON, principal papel da carteira Ibovespa, virou do meio para o fim da tarde e fechou em baixa de 0,57%, limitando um pouco o fôlego do índice no encerramento.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos