Quatro foragidos da Justiça, incluindo dois mineiros com mandados internacionais de prisão, foram presos na noite de quarta-feira (17) logo após desembarcarem em voo de deportação proveniente dos Estados Unidos, no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. A ação conjunta entre as autoridades brasileiras e a Interpol resultou na detenção imediata dos suspeitos, todos com histórico criminal grave e processos em andamento no Brasil.
Segundo apurado pelo Brazilian Press, os agentes da Polícia Federal já aguardavam o pouso do avião com informações precisas sobre os passageiros que chegariam sob custódia migratória. Entre eles, dois cidadãos nascidos em Minas Gerais tinham mandados de prisão preventiva expedidos por comarcas locais e inclusão na Difusão Vermelha da Interpol — o mais alto nível de alerta internacional para captura.
O primeiro, um homem de 28 anos, natural de São José do Divino, região do Vale do Rio Doce, é acusado de tentativa de homicídio ocorrida em maio de 2023. De acordo com o inquérito policial, ele teria desferido golpes de faca contra uma vítima durante um desentendimento, que, apesar dos ferimentos graves, sobreviveu. O caso foi levado à Justiça pela Vara Criminal de Itambacuri, que solicitou a difusão vermelha em agosto de 2024 após constatar que o suspeito havia deixado o país.
O segundo foragido mineiro, de 33 anos, nasceu em São Gotardo, no Triângulo Mineiro, e responde por roubo seguido de morte cometido em junho de 2012. As investigações indicam que a vítima, um morador da zona rural do município, foi brutalmente agredida com socos, chutes e perfurações de faca durante um assalto. O crime chocou a comunidade local e permaneceu sob investigação por anos até que provas técnicas apontassem o envolvimento do suspeito, que posteriormente fugiu para os Estados Unidos.
Além dos mineiros, também foram detidos um homem de 31 anos, natural de São Luís (MA), indiciado por múltiplos crimes violentos em Fortaleza (CE). Ele é suspeito de participar de uma série de ataques em 2015, motivados por retaliação ao assassinato de um policial militar. Os fatos incluem homicídio qualificado, tentativa de matar outras pessoas e tortura, com uso de armas brancas e espancamentos.
O quarto detido é um estrangeiro de 50 anos, cidadão cubano com residência legal no Brasil até sua expulsão. Ele é investigado por integrar uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias digitais. Segundo documentos judiciais, o grupo utilizava softwares maliciosos para invadir contas, clonar dados e realizar transferências fraudulentas, causando prejuízos milionários a instituições e particulares.
Após a identificação no terminal de desembarque, todos os quatro foram encaminhados diretamente à sede da Polícia Federal em Belo Horizonte. Permanecem custodiados à disposição da Justiça, onde serão formalmente apresentados aos respectivos processos criminais. A cooperação entre as autoridades norte-americanas e o sistema de segurança brasileiro foi destacada como fator determinante para o sucesso da operação.