20 de julho de 2025 — O Porto de Santos, o maior da América Latina, registra uma intensa movimentação nas exportações para os Estados Unidos após o anúncio de novas tarifas de importação sobre produtos brasileiros. Com a previsão de que a tarifa de 50% entre em vigor a partir de 1º de agosto, exportadores estão antecipando embarques para evitar prejuízos.
A movimentação de contêineres com proteína animal — incluindo carne bovina, frango, porco e miúdos — cresceu 96% nas duas primeiras semanas de julho, segundo a Autoridade Portuária de Santos. A exportação de café também apresentou alta de 17%e o envio de celulose superou os números registrados em meses anteriores, com 50 mil toneladas embarcadas.
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Alta no tráfego de caminhões e mobilização política
O tráfego de caminhões com destino ao porto também disparou, com aumento estimado em 70%. Segundo o presidente da autoridade portuária, Anderson Pominihá uma “corrida dos exportadores para escaparem da tarifa dos 50%”.
Pomini participou de reunião com empresários e autoridades, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckminpara debater alternativas à medida imposta pelos Estados Unidos.
Atualmente, os EUA são o Segundo destino das exportações que passam pelo Porto de Santos, atrás apenas da China. Em 2025, os principais parceiros comerciais que utilizam o porto são: China (47,1%)Assim, Estados Unidos (22,2%)Assim, Alemanha (8%)Assim, Índia (5,3%) e Japão (5%).
Lula critica “chantagem inaceitável” dos EUA
A medida do governo norte-americano faz parte de uma nova rodada de tarifas unilaterais anunciadas pelo presidente Donald Trumpque condicionou a suspensão da taxa à interrupção da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaronão Tribunal Supremo Federalrelacionada à tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Além das tarifas, os Estados Unidos também iniciaram uma investigação comercial contra práticas adotadas pelo Brasil, como o sistema Pix.
Em pronunciamento em rede nacional, na noite da última quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a medida como “chantagem inaceitável” e denunciou ameaças às instituições brasileiras.
“Encaminhamos, em 16 de maio, uma proposta formal de negociação. O que recebemos de volta foi uma chantagem, acompanhada de informações falsas sobre o comércio entre os dois países”, afirmou Lula.
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