O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckminclassificou como “injusto” a nova tarifa de 50% que os Estados Unidos vão aplicar sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto de 2025. A medida foi anunciada pelo ex-presidente americano e atual candidato Donald Trump.
“Dos dez produtos que eles mais exportam para nós, em oito a alíquota é zero, é o chamado X-tarifário. Então, é uma medida injusta e que prejudica até a própria economia americana, porque você tem uma integração na área comercial”, afirmou Alckmin.
A declaração foi feita momentos antes da divulgação oficial da tarifa por parte de Trump, quando a medida ainda era uma ameaça.
Segundo Trunfoa nova taxa de importação será adicional a tarifas setoriais já existentes e também incidirá sobre mercadorias que forem transbordadas para tentar evitar a taxação direta:
“A partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta”, diz a nota divulgada pelo republicano.
Déficit na balança comercial
As exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram 9,4% Em 2024em comparação com 2023, somando US$ 40,3 bilhões. Os principais produtos vendidos ao mercado norte-americano são ferro, aço e aeronaves.
Já as importações de produtos norte-americanos pelo Brasil subiram 7,1%alcançando US$ 40,6 bilhõeso que resultou em um déficit comercial para o Brasil no comércio bilateral.
Retaliação política
De acordo com a Casa Brancaa nova tarifa é uma resposta política ao tratamento dado no Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)Aliado de Donald Trump.
O republicano tem criticado abertamente os processos judiciais enfrentados por Bolsonaro e afirma que ele é alvo de perseguição políticadefendendo que o julgamento contra o ex-presidente ocorra apenas após o período eleitoral.
Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe para se manter no poder após as eleições de 2022.
Relações diplomáticas
Apesar da tensão gerada pela decisão, Alckmin defendeu a manutenção do diálogo entre os países:
“Nós não vamos mudar o tom. O tom tem que ser o mesmo. Temos 200 anos de amizade com os Estados Unidos. Esse ano faz 201 anos. E há um universo de possibilidades de ganha-ganha (win-win) pela frente”, destacou o vice-presidente.
*Com informações Metrópoles
