09 de junho de 2025 – Durante quase quatro horas de interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF)o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro esperava localizar uma fraude nas urnas eletrônicas para “provar” irregularidades e, assim, convencer os comandantes das Forças Armadas a intervir após a derrota eleitoral de 2022. Cid, primeiro réu do “núcleo crucial” a depor na ação penal da trama golpista, presta depoimento na condição de delator.
Pressão por um relatório “mais duro”
Segundo Cid, Bolsonaro e o general Walter Braga Netto cobravam um parecer do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueiraapontando vulnerabilidades nas urnas. O documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 foi considerado “muito técnico” pelo ex-presidente, que exigia conclusões “mais duras” para sustentar alegações de fraude.
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Convencer militares para legitimar o golpe
“A grande expectativa era encontrar a fraude. Com isso, seria possível dizer que a eleição foi fraudada e, talvez, mudar a situação”, declarou Cid, explicando que a narrativa serviria para atrair respaldo dos comandantes militares.
Interrogatório segue até sexta-feira
O ministro Alexandre de Moraes suspendeu a oitiva para intervalo às 16h45; a sessão deve prosseguir até 20h. Até 13 de junhoserão ouvidos:
- Mauro Cid (delator)
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Augusto Heleno (ex-chefe do GSI)
- Jair Bolsonaro
- Paulo Sérgio Nogueira
- Walter Braga Netto
Próximos passos do processo
Encerradas as oitivas, acusação e defesa poderão solicitar diligências extras. Na sequência, abre-se um prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais antes do julgamento pelo STF.
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